Ayahuasca Piracetam Green Yellow Discussão: Ayahuasca e Piracetam

HEISENBERG

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Ayahuasca e Piracetam

A ayahuasca é uma bebida tradicional sul-americana utilizada tanto em cerimónias como como instrumento de psicoterapia. Os componentes psicoactivos primários da Ayahuasca são a N,N-Dimetiltriptamina (DMT) e os alcalóides harmala, como a harmina, a harmalina e a tetrahidroharmina, que provêm de dois ingredientes principais: o arbusto Psychotria viridis (que contém DMT) e a videira Banisteriopsis caapi (que contém alcalóides harmala).

O DMT é uma substância psicadélica poderosa que, por si só, não é ativa por via oral porque é rapidamente decomposta por enzimas do sistema gastrointestinal chamadas monoamina oxidases (MAO). A DMT funciona principalmente através da ligação e ativação dos receptores de serotonina 5-HT2A no cérebro. Estes receptores desempenham um papel fundamental na regulação do humor, da ansiedade e da perceção. A ativação destes receptores pela DMT resulta nas profundas alterações da perceção sensorial, do humor e dos padrões de pensamento que caracterizam a experiência da Ayahuasca.

Os alcalóides harmala da Ayahuasca actuam como inibidores da monoamina oxidase (IMAO). Ao inibir as MAO, estes alcalóides impedem a decomposição do DMT no sistema digestivo, permitindo-lhe chegar à corrente sanguínea e atravessar a barreira hemato-encefálica para exercer os seus efeitos psicoactivos. Para além de facilitarem a ação da DMT, os alcalóides da harmala têm propriedades psicoactivas. Foi demonstrado que influenciam o humor e os processos cognitivos, contribuindo potencialmente para os efeitos terapêuticos da Ayahuasca.

A ação combinada do DMT e dos alcalóides da harmala conduz a uma vasta gama de efeitos psicológicos, desde alucinações visuais e auditivas vívidas a experiências emocionais e introspectivas profundas. Os utilizadores relatam frequentemente percepções pessoais profundas, sentimentos de interconexão e encontros com visões ou entidades simbólicas. Pensa-se que estas experiências estão relacionadas com a capacidade da droga para diminuir a atividade da rede de modo padrão (DMN), uma rede no cérebro associada a pensamentos auto-referenciais e ao ego.


O piracetam é um medicamento nootrópico, o que significa que foi concebido para melhorar as funções cognitivas, como a memória, a inteligência e a atenção. É a primeira das chamadas "drogas inteligentes" ou potenciadores cognitivos e pertence a uma classe de medicamentos conhecidos como racetams. Apesar da sua utilização generalizada e da investigação exaustiva efectuada, os mecanismos exactos pelos quais o piracetam exerce os seus efeitos no cérebro continuam a ser parcialmente compreendidos. Contudo, vários mecanismos propostos baseiam-se em resultados experimentais.

  • Modulação dos neurotransmissores: Pensa-se que o piracetam modula os sistemas de neurotransmissores do cérebro, embora não se ligue diretamente aos receptores de neurotransmissores mais comuns. Pode melhorar a função neuronal e sináptica ao afetar os receptores AMPA e NMDA, que estão envolvidos na neurotransmissão excitatória e na plasticidade sináptica. Isto pode levar a uma melhor comunicação entre os neurónios, melhorando a função cognitiva.
  • Fluidez da membrana: O piracetam parece aumentar a fluidez da membrana celular dos neurónios. Este efeito pode melhorar a função de vários receptores de neurotransmissores e canais iónicos, conduzindo a uma melhor função neuronal. O aumento da fluidez da membrana pode facilitar a neurotransmissão e promover a plasticidade sináptica, que é crucial para a aprendizagem e a memória.
  • Fluxo sanguíneo cerebral: Alguns estudos sugerem que o piracetam pode aumentar o fluxo sanguíneo cerebral, melhorando assim o consumo de oxigénio e glicose pelo cérebro. Este efeito pode contribuir para os seus efeitos neuroprotectores e de melhoria cognitiva, uma vez que assegura que as células cerebrais recebem oxigénio e nutrientes adequados.
  • Neuroprotecção: O piracetam demonstrou propriedades neuroprotectoras em vários contextos, potencialmente melhorando as condições metabólicas dos neurónios e protegendo-os contra a hipoxia (deficiência de oxigénio), toxinas e traumatismos físicos. Pode também inibir o stress oxidativo e reduzir a apoptose (morte celular programada), contribuindo para os seus efeitos protectores no cérebro.

A combinação de Ayahuasca e Piracetam não está bem documentada, e a informação sobre a sua interação é largamente anedótica. De acordo com as discussões, alguns utilizadores especulam que o Piracetam pode potenciar os efeitos da Ayahuasca, à semelhança do que acontece com outras substâncias como o LSD, os cogumelos e o MDMA. No entanto, existem também relatos de interacções negativas entre o Piracetam e o DMT (um componente chave da Ayahuasca), sugerindo que a combinação destas substâncias deve ser abordada com precaução.

Considerando as suas acções individuais, os efeitos potenciais podem incluir experiências cognitivas e sensoriais melhoradas devido à amplificação da neurotransmissão do Piracetam e às propriedades psicoactivas da Ayahuasca. No entanto, podem surgir riscos devido ao aumento da intensidade dos efeitos da Ayahuasca, levando a experiências avassaladoras ou a stress fisiológico. Os efeitos secundários podem incluir náuseas, ansiedade ou aumento do ritmo cardíaco, reflectindo o perfil de cada substância.

Não encontrámos dados confirmados sobre condições agudas e fatais associadas a esta combinação.

Dada a força dos efeitos, a intensidade das experiências e o poderoso efeito na psique que acompanha a ingestão isolada de ayahuasca, a sua combinação com quaisquer outras substâncias parece-nos excessiva. No entanto, as pessoas tendem a ultrapassar os limites, mas todos os investigadores devem estar cientes de que isto é expetável, compreender os riscos e tomar uma decisão informada.

🟡 À luz destas considerações, recomendamos vivamente uma abordagem significativa a esta combinação.
 
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